O vazamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) derrubou o presidente do Instituto Nacional de Pesquisas e Estudos Educacionais (Inep), Reynaldo Fernandes.
Ele pediu demissão na segunda-feira passada, mas a decisão só foi comunicada ontem. O órgão é o responsável no Ministério da Educação (MEC) pela realização da prova, que foi cancelada em outubro após denúncia do jornal O Estado de S.Paulo.
Em carta aos funcionários, ele assumiu a responsabilidade “de todo o ocorrido”. “Nenhum problema por nós enfrentado nesses últimos quatro anos se compara, em termos de gravidade, ao furto da prova do Enem”, escreveu. Fernandes é economista, professor da Universidade de São Paulo (USP) e um dos especialistas em avaliação mais respeitados do país.
O nome do novo presidente deve ser divulgado na próxima segunda-feira. O ministro Fernando Haddad disse que já fez o convite a “uma pessoa da universidade com experiência na área de avaliação e na área de logística”. Ele prefere um novo presidente que hoje não trabalhe no Inep, para demonstrar certa renovação. Mas o nome da diretora de avaliação da Educação Superior, Iguatemy Maria de Lucena Martins, também estaria sendo considerado.
Após o cancelamento da prova, segundo Fernandes, o “ambiente de trabalho foi muito deteriorado”. “Era preciso refazer o exame de forma segura (...) Tudo isso sob muita pressão, pois as cobranças eram inevitáveis”, diz a carta.
Ele imaginava que, depois da nova prova, a situação se acalmaria, o que não ocorreu. “Elevada abstenção e opiniões de que as questões de prova estavam mais distantes das propostas pelo novo Enem (...) foram noticiadas pela mídia. Erros como a divulgação de gabaritos com inconsistência foram interpretados como exemplos de descaso e descontrole.” A carta foi recebida com tristeza no Inep, e funcionários choraram.
Fonte: Zero Hora
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